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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Um dia a seguir ao fim do mundo

Hoje encontrei este texto quando andava a ver trabalhos antigos da escola. Gostei tanto de o voltar a ler que quis partilhar convosco. não está grande coisa, mas foi um dos primeiros textos que fiz quando descobri este mundo de palavras. Lembro-me da professora colocar no quadro "um dia a seguir ao fim do mundo" e de nos pedir para escrevermos um texto sobre isso.
Bem, eu diverti-me a escrevê-lo e a expressar os sentimentos da rapariga.
Espero que gostem :D


Acordei e não via nada apenas uma enorme escuridão vazia e fria, completamente isolada daquele mundo que conhecia. Agora eram apenas lembranças que permaneciam no meu ser, lembranças que magoavam, mesmo sem querer.

Decidi explorar mais uma vez o vazio, com a esperança de que algo de diferente tivesse aparecido, mas não, continuava tudo escuro, sem cor, negro.

Fui para a janela sentir a brisa a tocar no meu corpo, imaginando as cores que com ela vinham.

Foi nesse momento que entrou meu irmão.

- Bom dia Sara que fazes à janela?

- Estou a sentir o ar! Já que não o posso ver, pelo menos posso tocá-las respondi triste, mas com um sorriso nos lábios.
- Mas tu podes vê-lo mana, tu lembras-te de como ele era, não mudou nada, por isso ainda o podes ver!
- Sempre foste um crido André. No entanto a realidade não é assim, eu não posso ver nada a não ser esta escuridão, no entanto posso lembrar-me de como ele era.
Por aquilo de que me lembro o meu irmão era um jovem animado, alegre e muito vivo, baixinho, magrinho, de cabelos castanhos e de olhos azuis com salpicos de verde. Mas como disse, isso é o que me lembro dele, agora passado seis anos ele já estava um homem feito, alto, forte, de cabelo rapado, mas no entanto com a mesma alegria de infância. Pelo menos era o que as pessoas diziam sempre que ele passava.

Fiquei a falar um bocado com o André e pouco tempo depois de ele ter saído, entraram as minha irmãs mais novas.

- Sara... queres ouvir o que aprendemos ontem na aula de música – disseram em coro.

- Pode ser. Então toquem lá o que as minhas pequenas gémeas aprenderam na aula.

Ouvi-as inspirarem fundo e a combinarem quem começava primeiro, e depois começaram a tocar.

As minhas pequeninas eram a Carla e a Catarina, as gémeas lá da casa. Das quais as únicas recordações que tinha era de serem duas bebés de 1 ano. Uma tinha o cabelo castanho claro e a outra era loira, ambas de olhos azuis, pequeninas de perninhas arqueadas e de bracinhos fininhos. Lembro-me de as ver sempre com uma chupeta na boca e roquinhas nas mãos, gatinhando aqui e ali. Mas o tempo não para, e elas foram crescendo, agora já andavam e iam para a escola de mochila às costas. Tinam cabelos compridos amarrados em duas tranças, presas com uma fitas castanhas e amarelas, segundo dizia o meu pai.

- Muito bem pequeninas, foi muito bom! - disse passado um bocado e pós ter ouvido as duas a tocar.

- Achas mesmo mana?

- Gostaste mesmo?
- Gostei pequeninas, foi uma musica muito alegre.
- Mana que cores te fêz lembrar a nossa musica?
- Sim, que cores?
- Bem... - fiquei admirada com a pergunta e após ter reflectido um pouco respondi - o amarelo, o verde e o branco!
- E porque é que te fez lembrar essas cores?
- Bem o amarelo porque me faz lembrar o sol, o verde porque é a cor da natureza que cresce animadamente, e o branco porque é a cor da paz e da tranquilidade tal como a musica.
- Lembraste-te mesmo dessas cores?
- Sim!
- Que bom mana.
- Estás a ver, tu ainda consegues ver a cores, apenas vê-las de uma outra forma.
- Muito obrigada pequeninas, mas tal como disse ao André eu não as posso ver, apenas as posso recordar.
- Mas mana... - disseram desanimadas.
- Lamento meninas mas essa é a realidade.
Pouco depois entrou o meu pai.
- Desculpem meninas, mas preciso de falar com a Sara a sós por uns momentos. André levas as pequeninas lá para for a se-fás-favor. - ouvi-o pedir ao meu irmão, que seguramente vinha logo atrás dele.
- Sim pai!
O meu pai era um senhor alto de olhos castanhos com uns salpicos de verde, como o André. Era um senhor forte, mas no entanto com uma voz doce e confortante. Tinha o cabelo castanho, mas penso que com o passar destes 6 anos, o seu cabelo tenha ficado com alguns fios cinzentos e brancos.
- Que me querias dizer pai?
- Sara sei que já passaram 7 anos desde que a tua mãe faleceu e que por isso esses teu mundo escuro já dura há 6 anos. E acho que chegou a hora de voltares a ver as cores.
- Que queres dizer com isso pai?
- O que quero dizer... é que finalmente chegou a carta a dizer de que já podes ser operada. A tua espera que já dura há 6 anos terminou.
- Queres dizer que já não estou em lista de espera? - Não consegui conter a minha alegria - já posso ser finalmente operada?
- Sim, já podes dizer adeus a esse mundo escuro e dizer olá à luz.

Passaram-se 3 semanas desde que o meu pai me disse que ia ser finalmente operada. Já estava à algum tempo no hospital e a operação tinha corrido muito bem, segundo o doutor. Estava finalmente pronta para retirar as ligaduras.

A porta do quarto abriu-se e ouvi os passos do médico e do meu pai.

- Muito bem... estamos prontos para tirar essas ligaduras?


- Mais do que pronta, estou ansiosa!

Senti o médico a retirar-me as ligaduras muito devagarinho, parecendo demorar uma eternidade.

- Ora bem, já podes abrir os olhos!

Abri-os devagarinho e senti a escuridão a desaparecer do meu ser e dar lugar à luz. Foi nesse momento que vi umas manchas que se iam ficando mais nítidas e de repente vi-os! O médico, baixinho, com bigode arredondado e de bata branca e ao seu lado estava o meu pai, não estava tão diferente, como eu esperava que estivesse. Levantei-me subitamente e fui-me ver ao espelho que estava num canto da sala. Assim que vi o meu reflexo, paralisei.

- Que se passa Sara?- perguntou o meu pai preocupado.


- Pai sou eu esta rapariga de cabelos loiros e encaracolados? Sou eu esta pessoa alta, magrinha de olhos verdes?
- Sim Sara essa pessoa és tu. Já passaram 6 anos e agora está ma pequena mulherzinha. E... Sara? passa-se algo de errado? - perguntou o meu pai quando me viu a chorar.
- Não pai, de maneira alguma. Só estou contente, admirada e feliz de poder voltar a ver as cores, as coisas, tudo – respondi feliz, enxergando as lágrimas.

Nesse momento olhei para a sala do hospital, era uma sala pequena, com uma cama num canto, um espelho no outro e uma janela no centro. Corri para a janela e senti o sol a acariciar-me a face.

- Pai como é bom poder ver o sol. O sol pai, esta esfera amarela e laranja que ilumina o nosso mundo. O sol, a luz que faz com que a escuridão desapareça. - disse sorrindo, sentindo as lágrimas a saírem-me novamente dos olhos. Senti um calor enorme na face, como se aqueles raios de luz me estivessem a acariciar.

- Essa luz que tu sentes Sara é a tua mãe a dizer-te que vai ficar tudo bem agora.
- Mãe – olhei para o céu, como se estivesse a olhar para a minha mãe - Já passaram 7 anos desde que tiveste aquele acidente e foi essa tristeza de te ter perdido que me fez caminhar para a escuridão. Mas agora a luz puxou-me de volta para as cores. Essa luz foste tu mãe, não te preocupes eu sei que agora vai ficar tudo bem e sei também que nunca me irás abandonar, porque tu és a luz que me guia. Muito obrigada mamã.
Nessa altura entraram os meus irmãos e as lágrimas de alegria continuaram a cair-me pela cara, mas agora não era só eu que chorava o André, o meu pai e as minha pequeninas também choravam.
Estavam todos como eu tinha imaginado o André estava um homem e as minha pequeninas eram duas crianças alegres e bonitas. Agarrei-os e dei um forte abraço, um abraço que pude não só sentir como também ver com os meus próprios olhos, que permaneciam molhados das lágrimas.
E foi assim que vivi o dia a seguir ao fim do mundo. O mundo negro que conhecia, porque a vida continua por mais dura que seja, a única coisa que temos de fazer à vivê-la.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Rosa, Minha Irmã, Rosa


Rosa, Minha Irmã, Rosa é de todos os livro que eu li até hoje, o meu favorito.
Para quem não o conhece, coloco aqui a sinopse:

Mariana, filha única, tem dez anos quando Rosa nasce. Agora vai partilhar tudo com a irmã: o quarto, o tempo dos pais, o afecto da família - incluindo o Avó Elisa que desconfia do progresso, e a Tia Magda, que tem um dente de ouro, uma fala que mete medo e só gosta de estrelícias e antúrios.Mas pelo menos a recordação da Avó Lídia e a amizade de Rita ela não quer dividir com mais ninguém. Será que Rosa vai continuar a ser «uma intrusa»?

Eu li este livro numa época em que demorava mais de um mês a ler cerca de 100 página. Não gostava de ler e sempre que os professores me pediam uma ficha de leitura, eu fazia de tudo para arranjar livros do género de banda desenhada (o que, agora que penso nisso, era uma coisa estranha. um professor aceitar uma ficha de leitura de uma banda desenhada, mas enfim). Naquele tempo os meus pais não sabiam ao certo o que fazer comigo, porque por mais que tentassem, eu simplesmente não gostava de ler, não queria ler. eles chegaram até a pagarem-me para ler, mas mesmo assim não resultou. foi preciso encontrar a minha mana Misa, para eu começar a ler. agora um livro nem dura uma semana e os meus pais dizem "Abranda, lê mais devagar!" Eu sei, eu era uma vergonha mas felizmente esse tempo de demorara mais de um mês a ler e de não gostar deste mundo de letras, palavra, frases e textos, já lá vai :D

Enfim, voltando ao livro Rosa, Minha Irmã, Rosa.
Este livro é o meu preferido, porcausa da história que conta. eu sei que parece uma histótia infantil, para crianças de 8 anos. mas foi o livro que mais me marcou.
Quando lia este livro, sentia uma ligação directa com Mariana, a personagem principal. Eu percebia e sabia o que ela sentia, o que ela pensava, aquilo que detestava na irmã, ver o seu mundo a dar voltas porque um ser estranho entrou na sua casa. Eu percebia isso tudo. Afinla eu também passei por isso, quando o meu irmão apareceu. E por isso é que eu adoro este livro.
A escritora revela uma realidade sensivel, sem qualquer fantasia ou invenção, mas sim a pura realidade vivida e sentida por um criança. Realidade esta tão bem conhcida, para mim e para todas as pessoas que têm irmãos mais novos.
Eu aconselho as pessoas a lerem este livro, mesmo que ao prencipio pensem que se trata de um livro para crianças, mas que pelo menos tentem dar uma vista de olhos. Aconselho principalmente a todos os que têm irmãos mais novos, porque esses de certeza vão compreender o que Mariana sente e que sabe, talvez isso vos traga lembranças, tal como me trouxe a mim :D
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